“O que é a Verdade?” – Pôncio Pilatos

Uma Pergunta Com Muitas Respostas

Independentemente de se ter fé, religião ou não, mas mesmo o mais abstruso dos ateus concorda: Para além das ambiguidades do diálogo entre o juiz Pilatos e o acusado Jesus, o Cristo, a profundidade filosófica da pergunta do magistrado romano não podia receber resposta mais sábia do que o retumbante silêncio do seu arguido, que sairia do pretório diretamente para uma cruz.

Quando vemos as imagens em tempo real da CNN do que está a acontecer, nessa manhã de sábado, no Médio Oriente, onde Israel liberta 183 prisioneiros, aqueles aglomerados de pessoas agitando bandeiras em torno de um ônibus, reporta-nos a um tempo em que, nas telas de televisão, assistentes viam emocionados torcedores animados recebendo seus ídolos futebolísticos para um jogo à noite. Mas os tempos mudaram quanto ao que podemos ver na televisão, e não acho que foi para melhor.

Quando vemos as imagens aéreas da devastidão na Faixa de Gaza, ninguém tem dúvidas de que “Israel venceu a guerra com o Hamas”. No entanto, temos uma certeza contrária quando ouvimos o que nos diz, em uma entrevista em Davos (55º Fórum Econômico Mundial), Javad Zarif, Vice-Presidente Iraniano para Assuntos Estratégicos:

“Ganha-se uma guerra quando se alcançam os objetivos propostos nela. Netanyahu não foi capaz de encontrar e libertar os reféns, nem destruir o Hamas…”.

Quando vemos crianças mortas em escombros na Faixa de Gaza pelo exército israelita, e recém-nascidos sequestrados no dia 7 de Outubro de 2023 pelo Hamas, achamos que assistimos ao fim do mundo. Porém, quando lemos na Bíblia “A morte dos primogênitos”, passamos a ter a estranha percepção de que é estratégica a morte de crianças inocentes entre povos em guerra, o que já existe desde muito “antes do fim dos tempos”, e que também já foi medida coercitiva adotada pelo próprio Deus:

“À meia-noite, o Senhor matou todos os primogênitos do Egito, desde o primogênito do faraó, herdeiro do trono, até o primogênito do prisioneiro que estava no calabouço, e também todas as primeiras crias do gado” (Êxodo 12:29-38)

Quando vemos a entrevista do Presidente Donald Trump afirmando que os “Palestinianos precisam sair da Faixa de Gaza”, ser recebidos pelo Egito e pela Jordânia, “onde possam viver felizes”, vi tudo o que sei de Direito Internacional, Justiça Internacional e História se liquefazendo como um cadáver que se decompõe indiferente ao mundo… Porém, quando vemos a “liturgia da libertação”, onde se trocam 183 Palestinianos presos por 3 Israelenses sequestrados, num palco, na Cisjordânia, sob uma faixa trilíngue dizendo “NÓS SOMOS A CORRENTEZA… A GUERRA DO DIA SEGUINTE”, penso que Donald Trump, cujo nome nos remete ao pato da Disney dos inocentes desenhos de nossa infância, é um “político certo para os tempos errados”.

“Nós Somos a Correnteza… A Guerra do Dia Seguinte”

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