Como explica o saudoso e respeitado professor David D. Caron, em memorável artigo de leitura obrigatória para qualquer interessado em Justiça Internacional, War and International Adjudication: Reflections on the 1899 Peace Conference:
“Para entender os debates da Conferência de Paz de 1899, deve-se considerar o espírito do século XIX e a contemporânea preocupação com os crescentes horrores da guerra, a concomitante procura pela paz, e a crença de que a arbitragem internacional, se melhorada através do estabelecimento de uma corte permanente, oferecia a promessa do fim da guerra (…) Uma importante observação sobre as discussões do século XIX, que envolviam primariamente os Europeus, são consideradas globais apenas no sentido de que aquele século era um século europeu (…) Uma distintiva característica dos movimentos de paz do século XIX era a fé deles em arbitragem internacional, e particularmente a adjudicação diante de corte internacional permanente, como um promissor meio de alcançar a paz. (…) A arbitragem tinha emergido como um mecanismo nas relações internacionais no fim do século VIII, quando ela foi usada no Tratado de Jay de 1794 entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. Essa forma de resolução de disputa internacional passar a gozar de um renascimento no século XIX, culminando, para muitos, em um evento particularmente importante, a Arbitragem Alabama de 1871-1872, cujo sucesso serviu para aprofundar ainda mais o entusiasmo geral e o apoio à adjudicação internacional”
Caron, David D. “War and International Adjudication: Reflections on the 1899 Peace Conference.” The American Journal of International Law, vol. 94, no. 1, 2000, pp. 4–30. JSTOR, https://doi.org/10.2307/2555228. Accessed 30 July 2024.